segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Um visionário à frente de seu tempo
Um visionário à frente de seu tempo
De como um jovem sem futuro construiu uma sólida base para a paz no mundo
Em algum momento da década de 1950, um jovem e seu mestre passavam diante de um vasto campo com um suave e belo morro ao centro. Ambos viajavam pelo interior do Japão, em sua jornada incansável pela propagação da filosofia humanística da Soka Gakkai. “Este é um lugar perfeito para a construção de uma escola!”, afirmou o mestre. Cerca de 20 anos depois, em 1971, era inaugurada a Universidade Soka, na então longínqua e distante cidade de Hatioji, local que fora apontada pelo mestre Jossei Toda a seu discípulo Daisaku Ikeda.
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“Mãe, o que é a morte?”, pergunta o garoto de 7 anos. Tal pergunta encheu d’água os olhos de sua mãe. O pequeno vivia uma de suas crises de bronquite, doença que lhe rendia dolorosos e constantes episódios em que precisava de cuidados redobrados. Graças aos cuidados e determinação de sua mãe, a criança cresceu e se tornou um jovem estudioso e perspicaz. A Segunda Guerra Mundial encontrou-o no auge da juventude, em meio a um Japão militarista e iludido por sonhos de grandeza. Mesmo diante do diagnóstico de que não chegaria aos 30 anos, o jovem Daisaku não se esquecera das palavras encorajadoras de sua mãe quando de sua pergunta proferida aos 7 anos: "Veja aquelas flores vermelhas! Dizem que aquela árvore é da espécie que não cresce perto do mar, no entanto, cresceu forte e robusta! O vento forte bate, mas ela floresce e dá frutos! A árvore está tentando sobreviver a todo custo. Querido Dai, você também deve viver e sobreviver como aquele pé de romã! Haja o que houver!"
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Os dois episódios narrados acima têm mais de 20 anos de distância. Ambos demonstram de forma clara o incrível poder emanado pelo indivíduo no momento de sua decisão. O garoto Dai e o jovem Daisaku, em momentos diferentes, decidiram e suas palavras tornaram-se verdades concretas. Aos 84 anos, o hoje dr. Daisaku Ikeda, poeta, filósofo, humanista e presidente da SGI – uma das mais importantes organizações pacifistas do planeta – é um visionário sempre à frente de seu tempo.
Agosto marca o início de sua trajetória visionária, pois foi o mês em que abraçou a causa da paz mundial por meio a propagação da filosofia humanística do budismo Nitiren. Daisaku associou-se à Soka Gakkai, a partir da trágica experiência da guerra, onde viu seus quatro irmãos serem enviados aos campos de batalha. A infância pobre e sofrida devido a doença marcou-o de forma decisiva. Percebeu que precisava encontrar uma forma de discernir concretamente entre o caminho das trevas e o caminho da esperança.
O ano de 1947 foi decisivo na vida de Ikeda. Aos 19 anos foi convidado a participar de um encontro da Soka Gakkai. O mesmo ideal e calor humano encontrado pelo jovem Daisaku naquela ocasião continua a ser a base das reuniões promovidas pela SGI em todos os países em que tem representação. O clamor de sua vida por um caminho concreto que o levasse à tão almejada paz de forma pragmática e decisiva. Naquele encontro conheceu aquele que se tornaria seu mestre: o professor Jossei Toda. A honestidade e vigor daquele homem tocou seu ser e ele foi alçado a um sentimento há muito adormecido, não só nele mas em todo o seu país: a esperança. Sentiu que encontrara ali sua energia e força. Decidiu que seguiria aquele homem, incondicionalmente. “Senti com todo o meu ser que podia confiar nele!”, escreveu Ikeda em seu diário.
Uma significativa sincronicidade marcou este primeiro encontro entre Ikeda e Toda. Ao final do encontro, o jovem Daisaku agradeceu o professor e citou um ditado chinês: "Faz bem pensar mais uma vez, embora concorde; é bom pensar mais uma vez, embora discorde". Em seguida pediu licença para ler um poema que acabara de compor:
Ó viajante!
De onde vens?
E para onde irás?
A lua desce
No caos da madrugada;
Mas, vou andando,
Antes de o Sol nascer.
À procura de luz.
No desejo de varrer
As trevas de minh´alma,
A grande árvore eu procuro
E que nunca se abalou,
Na fúria da tempestade.
Nesse encontro ideal,
Sou eu quem surge da terra!
A frase final, “sou eu quem surge da Terra”, remeteu Toda automaticamente a um escrito do budismo que versa sobre os Bodhisatvas da Terra, ou as pessoas que têm a missão de propagar a filosofia humanística para todo o mundo nesta presente era. O poema de Ikeda calou fundo em todos os presentes, mas especialmente em Toda.
Ambos – o jovem e o professor – sentiram que aquele fora um encontro de almas!
Deste momento em diante, até os momentos finais do mestre Toda, os dois foram inseparáveis.
Toda faleceu em 1958. Ambos tiveram pouco mais de uma década de convivência, apenas. Porém, o legado que o mestre lhe deixou, possibilitou que Daisaku alçasse voos inimagináveis!
“Sonhei que fui ao México!”, disse Toda a Ikeda, certa vez. Poucos anos depois, em 1960 ao ser empossado como o terceiro presidente da Soka Gakkai, o jovem Ikeda de apenas 33 anos, circundou o globo rumo às Américas para fundar as bases da organização nos EUA, Canadá e Brasil. De poucas centenas de associados em 1960 espalhados por poucos países, hoje são mais de milhões de pessoas em mais de 190 nações. Uma multidão de indivíduos interligados a uma grande rede neural. Como o próprio nome diz: DAI=grande; SAKU=realizador, o empreendedor Daisaku vem liderando o movimento humanista da SGI ininterruptamente como um grande paladino da paz e dos direitos humanos.Matéria retirada da BSGI.
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