domingo, 24 de março de 2013

A Abertura dos olhos

olho "Resumo e cenário histórico

Este tratado é um dos cinco mais importantes de Nitiren Daishonin, no qual ele revela sua verdadeira identidade como Buda dos Últimos Dias da Lei possuidor das três virtudes de soberano, mestre e pais. Em fevereiro de 1272, logo no início do seu exílio na Ilha de Sado, vivendo sob severas circunstâncias, Daishonin concluiu este tratado em dois volumes e endereçou-o a Shijo Kingo, um dos seus principais discípulos em Kamakura.

Nitiren Daishonin experimentou uma série de adversidades na inóspita Ilha de Sado, a condição precária de sua cabana não o protegia do vento nem da neve, faltava-lhe alimentos, roupas e materiais para escrita. Além de seu sofrimento físico, ele ficou profundamente abalado ao saber que vários de seus seguidores de Kamakura haviam abandonado a fé. Sentindo que a morte constantemente o ameaçava, Daishonin redigiu este tratado com o propósito de encorajar seus discípulos como se fosse seu último desejo e testamento.

O título “Abertura dos olhos” significa capacitar as pessoas a enxergarem a verdade. Em outras palavras, libertá-las das ilusões e das visões distorcidas e despertá-las para que compreendam o correto ensino e seu correto mestre.

Nitiren Daishonin cita essa frase do Sutra Contemplação da Mente-Solo para elucidar a Lei de Causa e Efeito, que é o conceito central do budismo.

O importante desta citação é o aspecto de que o momento presente em que vivemos decide todo o futuro. Os efeitos do presente se devem às causas do passado e os efeitos futuros surgem a partir das causas que fazemos no presente. Portanto, embora as causas feitas no passado tenham definido o nosso presente, é no momento presente que se define o nosso futuro. Em outras palavras, o budismo ensina que não podemos deixar que as causas passadas definam o nosso futuro.

 

relogio

 

 

O propósito dos ensinamentos do budismo está em ressaltar que, seja quais forem as causas passadas, podemos construir um futuro brilhante por meio das causas que fazemos hoje, transformando definitivamente o nosso carma.

O Budismo de Nitiren Daishonin não se limita ao conceito superficial de causa e efeito, de castigo e recompensa, mas, sim, revela a natureza real da causalidade e a forma como podemos recuperar o estado de pureza da vida existente desde o infinito passado.

O segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, afirmava o seguinte: “Nesta época em que vivemos, precisamos de um ensino que nos possibilite, como pessoas comuns que somos, romper os limites desse princípio de causalidade expostos nos ensinos pré-Sutra de Lótus e revelar nossa natureza de Buda inerente. Foi Nitiren Daishonin que, em resposta a essa necessidade, estabeleceu um ensino que nos permite romper as correntes do carma criado em existências passadas e moldar com nossas próprias mãos um destino brilhante e positivo no presente. Daishonin estabeleceu a Lei tal como estava descrita no Sutra de Lótus exposto por Sakyamuni, de uma maneira muito semelhante a um engenheiro que constrói um avião a partir de projetos, possibilitando às pessoas comuns, em seu cotidiano, romperem os limites de suas causas passadas e retornar ao passado inescrutável do tempo sem início. Em outras palavras, devotar nossa vida à Lei Mística e orar o Nam-myoho-rengue-kyo representam o caminho para mudar nosso destino para melhor”. (Terceira Civilização, edição no 433, setembro de 2004, pág. 18.)

 

 

universo

 

Portanto, é neste exato momento que temos a oportunidade de provocar mudanças que irão refletir efeitos positivos em nossa vida assim como em nosso ambiente.

Em outro trecho desse escrito, consta: “É pelos benefícios obtidos de proteger a Lei que essas pessoas podem, nesta existência, diminuir seus sofrimentos e os efeitos de causas passadas”. (END, vol. 4, pág. 202). Essa afirmação nos faz refletir sobre a importância da prática budista. Se a nossa fé brilhar vigorosamente, nunca falharemos em obter o caminho para um grandioso futuro. A chave para criarmos as mais elevadas causas surge a partir do momento em que tomamos fé no Gohonzon e nos dedicamos em prol do Kossen-rufu. Nesse instante, seremos capazes de abrir a porta para um futuro de ilimitada boa sorte. Portanto, independentemente das nossas circunstâncias no presente momento serem boas ou más, devemos nos levantar com a determinação de não sermos derrotados com a convicção de que tudo começa a partir de agora. Assim, poderemos comprovar a prova real do ilimitado potencial da Lei Mística. Eis o verdadeiro propósito da fé no Budismo de Nitiren Daishonin conhecido como o Budismo da Verdadeira Causa.

Em um trecho do Diálogo sobre a Sabedoria do Sutra de Lótus, o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, afirma: “O ‘começo’ é exatamente agora. O passado já se foi. O futuro ainda não chegou. Tudo que existe é o momento presente. E o presente torna-se passado num instante. A vida continua de momento a momento. Sentimo-nos felizes num momento, mas no instante seguinte nos encontramos em aflição. É importante considerarmos a própria vida no presente momento como a ‘causa’ para criarmos os efeitos futuros”. (Brasil Seikyo, edição no 1.579, 11 de novembro de 2000, pág. A3.)

Assim, empenhando-nos firmemente na prática budista a partir da determinada recitação do Daimoku, trilhando o caminho da unicidade de mestre e discípulo, podemos realizar sem falha nossa revolução humana, aprimorando a própria personalidade e o senso de humanismo. Um modo de vida embasado nesta decisão e oração possibilita romper a escuridão fundamental de nossa vida, interrompendo o ciclo interminável de um mal que gera outro e, consequentemente, transformando o carma negativo.

Em um discurso, o presidente Ikeda afirma: “O carma negativo é abarcado pelo mundo do estado de Buda e purificado pelo seu poder. Usando uma analogia, o surgimento do estado de Buda é como o nascer do sol. Quando o sol desponta no leste, as estrelas que até então brilhavam intensamente no céu noturno, em questão de instantes, desaparecem, como se não tivessem existido”. (Terceira Civilização, edição no 433, setembro de 2004, pág. 18.)

Termo e Denominação: Sutra Contemplação da Mente-Solo: Sutra que explica que os estados de Buda, bodhisattva, pratyekabuddha, arhat e ouvinte originam-se da mente das pessoas comuns. Por isso, esse sutra compara a mente ao solo, que produz o grão. O sutra também explica sobre os quatro débitos de gratidão — aos pais, a todos os seres, ao soberano e aos três tesouros — e louva os benefícios da observação da mente."

Fonte Brasil Seikyo (Caderno) - Edição nº 1749 publicado em 29/05/2004

sábado, 16 de março de 2013

10 Exércitos de Maldades

Mais um texto do Sr Sago, dessa vez sobre as Maldades. Dizem que ao observar os amigos, seria possível se entender uma pessoa. Se olhar os que o seguem, também se poderia avaliar as capacidades de liderança de uma pessoa. Se observar os subordinados poderia se saber o tamanho e capacidades de um líder. Então como seriam as forças do Demônio do 6º céu? No “Ben dono ama gozen gosho” consta: “O demônio do 6º céu convoca os 10 exércitos e ataca o devoto do sutra de lótus”. 10 exércitos são 10 batalhões que seguem as ordens do líder dos demônios. O demônio do 6º céu desafia o devoto do sutra de lótus, ordenando os 10 exércitos, para atacar também seus discípulos. Vamos olhar de perto cada um desses, todos são os soldados fortes que desejam corresponder à espectativa do seu líder. O nome do 1º exército é desejo. Por exemplo, tanto a doação da lei ou de objetos e valores, não consegue colocar em prática, sendo derrubado por desejos, seria um aspecto de que perdeu com este exército do mal. 2º exército é melancolia. Quando se fica afundando na tristeza e o coração cheio de melancolia, este exército será premiado por rei. 3º exército é fome e sede. Fome e sede físico e espirítual. 4º exército é apego aos amores. Vem atacar nos 5 desejos e tentar desviar o coração de continuar nos caminhos dos exercícios budistas. 5º exército é sono. Quando o sono vem na hora de recitar daimoku, deve descobrir que é do ataque deste exército. 6º exército é medo. Medo de críticas e perseguições. 7º exército, arrependimento. É o arrependimento de ter praticado este budismo. 8º exército é ira. Ira de diversas causas 9º exército é procura de fama e fortuna. 10 º exército é arrogância e menosprezar outros. Assim, podemos tomar conhecimento da força do rei dos demônios. Não devemos nos descuidar. Mas, também não precisamos ter medo. Se tiver forte "shinjin" ao gohonzon, podemos derrubar todos. E através destas lutas, polimos nossa fé e aumentamos ainda mais a boa sorte no coração. Eiichi Sago

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Um visionário à frente de seu tempo

Um visionário à frente de seu tempo De como um jovem sem futuro construiu uma sólida base para a paz no mundo Em algum momento da década de 1950, um jovem e seu mestre passavam diante de um vasto campo com um suave e belo morro ao centro. Ambos viajavam pelo interior do Japão, em sua jornada incansável pela propagação da filosofia humanística da Soka Gakkai. “Este é um lugar perfeito para a construção de uma escola!”, afirmou o mestre. Cerca de 20 anos depois, em 1971, era inaugurada a Universidade Soka, na então longínqua e distante cidade de Hatioji, local que fora apontada pelo mestre Jossei Toda a seu discípulo Daisaku Ikeda. ***** “Mãe, o que é a morte?”, pergunta o garoto de 7 anos. Tal pergunta encheu d’água os olhos de sua mãe. O pequeno vivia uma de suas crises de bronquite, doença que lhe rendia dolorosos e constantes episódios em que precisava de cuidados redobrados. Graças aos cuidados e determinação de sua mãe, a criança cresceu e se tornou um jovem estudioso e perspicaz. A Segunda Guerra Mundial encontrou-o no auge da juventude, em meio a um Japão militarista e iludido por sonhos de grandeza. Mesmo diante do diagnóstico de que não chegaria aos 30 anos, o jovem Daisaku não se esquecera das palavras encorajadoras de sua mãe quando de sua pergunta proferida aos 7 anos: "Veja aquelas flores vermelhas! Dizem que aquela árvore é da espécie que não cresce perto do mar, no entanto, cresceu forte e robusta! O vento forte bate, mas ela floresce e dá frutos! A árvore está tentando sobreviver a todo custo. Querido Dai, você também deve viver e sobreviver como aquele pé de romã! Haja o que houver!" **** Os dois episódios narrados acima têm mais de 20 anos de distância. Ambos demonstram de forma clara o incrível poder emanado pelo indivíduo no momento de sua decisão. O garoto Dai e o jovem Daisaku, em momentos diferentes, decidiram e suas palavras tornaram-se verdades concretas. Aos 84 anos, o hoje dr. Daisaku Ikeda, poeta, filósofo, humanista e presidente da SGI – uma das mais importantes organizações pacifistas do planeta – é um visionário sempre à frente de seu tempo. Agosto marca o início de sua trajetória visionária, pois foi o mês em que abraçou a causa da paz mundial por meio a propagação da filosofia humanística do budismo Nitiren. Daisaku associou-se à Soka Gakkai, a partir da trágica experiência da guerra, onde viu seus quatro irmãos serem enviados aos campos de batalha. A infância pobre e sofrida devido a doença marcou-o de forma decisiva. Percebeu que precisava encontrar uma forma de discernir concretamente entre o caminho das trevas e o caminho da esperança. O ano de 1947 foi decisivo na vida de Ikeda. Aos 19 anos foi convidado a participar de um encontro da Soka Gakkai. O mesmo ideal e calor humano encontrado pelo jovem Daisaku naquela ocasião continua a ser a base das reuniões promovidas pela SGI em todos os países em que tem representação. O clamor de sua vida por um caminho concreto que o levasse à tão almejada paz de forma pragmática e decisiva. Naquele encontro conheceu aquele que se tornaria seu mestre: o professor Jossei Toda. A honestidade e vigor daquele homem tocou seu ser e ele foi alçado a um sentimento há muito adormecido, não só nele mas em todo o seu país: a esperança. Sentiu que encontrara ali sua energia e força. Decidiu que seguiria aquele homem, incondicionalmente. “Senti com todo o meu ser que podia confiar nele!”, escreveu Ikeda em seu diário. Uma significativa sincronicidade marcou este primeiro encontro entre Ikeda e Toda. Ao final do encontro, o jovem Daisaku agradeceu o professor e citou um ditado chinês: "Faz bem pensar mais uma vez, embora concorde; é bom pensar mais uma vez, embora discorde". Em seguida pediu licença para ler um poema que acabara de compor: Ó viajante! De onde vens? E para onde irás? A lua desce No caos da madrugada; Mas, vou andando, Antes de o Sol nascer. À procura de luz. No desejo de varrer As trevas de minh´alma, A grande árvore eu procuro E que nunca se abalou, Na fúria da tempestade. Nesse encontro ideal, Sou eu quem surge da terra! A frase final, “sou eu quem surge da Terra”, remeteu Toda automaticamente a um escrito do budismo que versa sobre os Bodhisatvas da Terra, ou as pessoas que têm a missão de propagar a filosofia humanística para todo o mundo nesta presente era. O poema de Ikeda calou fundo em todos os presentes, mas especialmente em Toda. Ambos – o jovem e o professor – sentiram que aquele fora um encontro de almas! Deste momento em diante, até os momentos finais do mestre Toda, os dois foram inseparáveis. Toda faleceu em 1958. Ambos tiveram pouco mais de uma década de convivência, apenas. Porém, o legado que o mestre lhe deixou, possibilitou que Daisaku alçasse voos inimagináveis! “Sonhei que fui ao México!”, disse Toda a Ikeda, certa vez. Poucos anos depois, em 1960 ao ser empossado como o terceiro presidente da Soka Gakkai, o jovem Ikeda de apenas 33 anos, circundou o globo rumo às Américas para fundar as bases da organização nos EUA, Canadá e Brasil. De poucas centenas de associados em 1960 espalhados por poucos países, hoje são mais de milhões de pessoas em mais de 190 nações. Uma multidão de indivíduos interligados a uma grande rede neural. Como o próprio nome diz: DAI=grande; SAKU=realizador, o empreendedor Daisaku vem liderando o movimento humanista da SGI ininterruptamente como um grande paladino da paz e dos direitos humanos.Matéria retirada da BSGI.

Qual a diferença do Cristianismo e do Budismo

O propósito deste estudo é ampliar o conhecimento dos leitores sobre as semelhanças e dessemelhanças entre estes dois caminhos de espiritualidade: budismo e cristianismo, possibilitando alargar as possibilidades de diálogo e entendimento. Pretende-se também, sem maiores pretensões, contribuir para o grande debate sobre o que é bom para o homem, não só de forma pragmática ou positivista, mas fundamentalmente; não só de maneira filosófica ou abstrata, mas existencial e concreta; não só de forma psicopedagógica, mas num sentido incondicionalmente obrigatório e universal. Neste sentido, a religião não deve ser analisada a partir do critério de verdade que afasta, que separa, que divide. A religião, no contexto atual, deve ser pensada a partir do critério ético geral do humano. Daí não podermos prescindir dos resultados da Psicologia, da Pedagogia, da Filosofia, da Sociologia e da Ciência Jurídica. As diferenças são profundas Do ponto de vista religioso, budismo e cristianismo são, inegavelmente, duas tradições mundiais, completamente diferentes. É impossível alguém ser cristão e, ao mesmo tempo, budista, ou vice-versa. Seria misturar fogo com água. São caminhos de espiritualidade radicalmente diferentes, principalmente quando se tem em mente os paradigmas vigentes do cristianismo. Na sua essência, o cristianismo, juntamente com o judaísmo e o islamismo, são classificados como religiões reveladas: em que Deus fala aos homens. Uma religião revelada é caracterizada pela livre comunicação salvadora que Deus faz de si mesmo ao homem pecador, em Cristo, pela comunicação pessoal e, ao mesmo tempo, comunitária (Igreja). Já o budismo situa-se no grupo das religiões classificadas como salvíficas. São aquelas religiões portadoras dos meios de que o homem precisa para salvar-se dos sofrimentos presentes e conseguir a felicidade. Neste grupo encontram-se, além do budismo, o confucionismo, o taoísmo, o hinduísmo. Estas religiões, como o fizeram Zaratustra, alguns filósofos gregos e profetas judeus, que, espiritualizando e aprofundando o pensamento, abriram caminho a uma religiosidade, ao mesmo tempo pessoal e universal. Seguindo a trilha da pesquisa junguiana O cristianismo, fiel à tradição do pensamento religioso ocidental, considera o homem inteiramente dependente da graça de Deus ou da Igreja, na sua qualidade de instrumento terreno exclusivo da obra da redenção sancionado por Deus. O homem é infinitamente pequeno, um quase nada, enquanto a graça de Deus é tudo. E esta graça vem de fora. Provém de uma outra fonte: Deus. “O homem está sempre em falta diante de Deus”, como dizia Kierkegaard. No cristianismo, o homem procura conciliar os favores de Deus mediante o temor, a penitência, as promessas, a submissão, a auto-humilhação, as boas obras e os louvores. Deus é um totaliter alter, o totalmente outro, absolutamente perfeito e exterior, a única realidade existente. “Se modificarmos um pouco a fórmula e em lugar de Deus colocarmos outra grandeza, como, por exemplo, o mundo, o dinheiro, teremos o quadro completo do homem ocidental zeloso, temente a Deus, piedoso, humilde, empreendedor, cobiçoso, ávido de acumular apaixonada e rapidamente toda a espécie de bens deste mundo tais como riqueza, saúde, conhecimentos, domínio técnico, prosperidade pública, bem-estar, poder político, conquistas etc. Quais são os grandes movimentos propulsores de nossa época? Justamente as tentativas de nos apoderarmos do dinheiro ou dos bens dos outros e de defendermos o que é nosso. A inteligência se ocupa principalmente em inventar ’ismos’ adequados para ocultar seus verdadeiros motivos ou para conquistar o maior número possível de presas.” O budismo, seguindo a tradição oriental, sublinha o fato de que o homem é a única causa eficiente de sua própria evolução superior. Ao contrário do cristianismo, acredita na “auto-redenção”, ou seja, o homem é Buda e se salva por si próprio. O budismo se baseia na realidade psíquica enquanto condição única e fundamental da existência. A psique é o elemento mais importante, é o sopro que tudo penetra, ou seja, a natureza de Buda; é o espírito de Buda, o Uno, o Dharma-kaya. Toda vida jorra da psique e todas as suas diferentes formas de manifestação se reduzem a ela. É a condição psicológica prévia e fundamental que impregna o homem em todas as fases de seu ser, determinando todos os seus pensamentos, ações e sentimentos. Apesar das diferenças, é imperativo o diálogo inter–religioso Não obstante a radicalidade das diferenças, budismo e cristianismo são dois grandes caminhos de salvação que levam ao mesmo fim: a felicidade eterna. São dois caminhos que, muitas vezes, cruzam-se e sempre podem se enriquecer mutuamente. Todos sabem que a relação de fraternidade é o primeiro e mais profundo dos laços existentes entre homens e mulheres, e que por isso a concórdia entre as religiões é condição prévia para a paz entre as nações. E não há concórdia entre as religiões se cada membro de uma religião trilha o seu próprio caminho de forma obstinadamente dogmática, fundamentalista, afirmando que a sua religião é a única verdadeira, que a fé que professa é superior às outras. Budismo e cristianismo, ainda, nas suas diferenças e, consideradas em sua multidimensionalidade e universalidade, carregam imensurável riqueza histórica, filosófica e cultural. São parte e parcela da grande empresa coletiva de construção da sociedade humana. Ambas têm tentado levar os povos, cada uma com seus próprios métodos, a encontrar a distinção fundamentada entre verdadeiro e falso, amor, compaixão e ódio, solidariedade e egoísmo, tolerância e intolerância, moral e imoral, em todos os campos do pensar e do agir humanos. No limiar do terceiro milênio, quem pratica uma religião com esta mentalidade, impregnada deste tipo de sentimento de intolerância, são pessoas desinformadas em relação a outros caminhos e sem compreensão, benevolência e amor para com os outros. A capacidade de diálogo é possibilidade de paz. O primeiro colóquio inter–religioso Abrindo perspectivas para o diálogo entre as grandes tradições religiosas, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) deu um importante passo, entre 8 e 10 de fevereiro de 1989, quando realizou o que chamou de colóquio inter–religioso entre hinduísmo, confucionismo, budismo, judaísmo, cristianismo, islamismo e religiões da África. O critério fundamental adotado foi o humanum — a dignidade humana, os verdadeiros valores humanos como critério universal, a interação dialética entre religião e humanidade, a possibilidade do consenso inter–religioso. Foram as seguintes as conclusões daquele significativo diálogo: a) A verdadeira humanidade é uma condição prévia da verdadeira religião. Ou seja, o humanum (o respeito pela dignidade humana e pelos seus valores fundamentais) é um requisito mínimo relativamente a qualquer religião; no mínimo, deve existir humanidade (é um critério mínimo), quando se pretende pôr em prática a verdadeira religião. b) A religião verdadeira é a perfeição da verdadeira humanidade. Ou seja: a religião (enquanto expressão de um sentido transcendente, de valores elevados, de uma vinculação incondicional) constitui a condição prévia ideal para a realização do humanum: a religião (trata-se de um critério máximo) tem justamente de estar presente, sempre que se pretender pôr em prática os valores humanos como verdadeira forma de vinculação universal absoluta. Religião e paradigma “Todo esforço é produtivo, quando metódico e continuado!”, canta o excelente Renato Russo. A presente exposição seguirá a perspectiva ontogenético-descritiva, com uma abordagem tópico-temática, visando-se realizar uma rápida análise da atual situação religiosa do budismo e do cristianismo, aplicando-se, como o fez, eficazmente, o filósofo e teólogo Hans Küng, no domínio da História das Religiões, a teoria dos paradigmas desenvolvida por Thomas S. Kuhn, no campo das Ciências Naturais. Na definição de Thomas Kuhn, paradigma é uma “constelação de convicções, valores e técnicas. Uma constelação universal, una, consciente-inconsciente”. Os paradigmas determinam a economia, o direito, a política, a ciência, a arte, a cultura, toda a sociedade. No caso da religião, por exemplo, o budismo primitivo da Índia, o cristianismo medieval, o Budismo Mahayana e suas diversas escolas são paradigmas. Para tornar clara a distinção entre paradigma e religião, eis alguns exemplos: uma pessoa, por exemplo, é adepta do BudismoTibetano e converte-se ao Budismo de Nitiren Daishonin. Neste caso, essa pessoa mudou de paradigma, não de religião. Outra, era católica e converteu-se à Igreja Evangélica Luterana, também não mudou de religião, apenas de paradigma. Outra, ainda, era membro da Igreja Presbiteriana e converteu-se ao Budismo de Nitiren Daishonin. Neste caso, mudou de religião. Matéria retirada do link Estado de Buda.

Caminho direto pra atingir o Estado de Buda

Superar grandes obstáculos é a chave para transformar o carma O ferro, quando aquecido e forjado, torna-se uma excelente espada. As pessoas de valor e os sábios e os honoráveis são testados com ofensas. Meu presente exílio não é resultado de nenhum crime secular, mas serve apenas para que eu possa expiar, na presente existência, as graves ofensas que criei no passado e me libertar dos três maus caminhos na próxima (END, v. 5, p. 21). Nesse trecho, Nitiren Daishonin ressalta o ponto-chave da prática budista em termos da transformação do nosso carma. Desenvolver a força interior é o benefício supremo da prática do Budismo de Nitiren Daishonin. Uma vida solidamente forjada assegura nossa felicidade eterna. O Buda Nitiren declara que a provação pela qual passava “não é resultado de nenhum crime secular” (END, v. 5, p. 21). Ele chega a dizer, inclusive, que foi exilado só para que pudesse transformar o carma na presente existência. Praticamos o Budismo para fortalecer e transformar nossa vida. Conforme destaca o escritor russo Mikhail Sholokhov (1905–1984), cada um de nós é “o ferreiro da própria felicidade”. Meus discípulos, sejam fortes como o aço, fortes como espadas temperadas com primor! Ponham-se de pé como verdadeiros sábios e honoráveis! Nitiren Daishonin encoraja de modo vigoroso os discípulos combatentes, como se os sacudisse pelos ombros. “É preciso que transformem o carma!”, “O poder necessário para isso está dentro de vocês!”, “Não fujam das dificuldades! A verdadeira vitória implica triunfar sobre as próprias fraquezas!”, “Os grandes sofrimentos forjam uma magnífica personalidade! Sejam vencedores, persistam por toda a vida!” Matéria retirada do link Estado de Buda.

"Oito Ventos"

Lucro e prejuízo, difamação e fama, elogio e repreensão, sofrimento e alegria são todos impermanentes; portanto, por que deveriam ser causa de satisfação ou de insatisfação? Os Oito Ventos são as oito condições mencionadas nos dois primeiros versos da estrofe acima. O Buda ensinou que tais condições são elementos naturais da vida. Todos passaremos por essas experiências várias vezes em muitas vidas. O Buda também ensinou a não permitir que nenhum desses Oito Ventos nos sopre para fora de curso, a vê-los como condições temporárias, que nos apresentam oportunidades de aprender algo novo. A preocupação desmedida causada por algum desses ventos é sinal de que certamente ainda temos algo a aprender. Se não pararmos para refletir profundamente a respeito dos Oito Ventos, tenderemos a acreditar que o lucro, a fama, o elogio e a alegria são melhores que o prejuízo, a difamação, a repreensão e o sofrimento. Tal propensão é um excelente referencial para ajudar-nos a analisar até que ponto acreditamos ser real a ilusão de termos uma individualidade isolada. A prosperidade abrange todas as formas de lucros e ganhos. Nessa condição, a pessoa busca somente progresso material, profissional ou financeiro, afastando-se da prática budista. “Voltarei a participar das atividades mais assiduamente depois que vencer profissionalmente” ou “minha vida está indo de vento em popa. Não preciso me esforçar tanto na prática.” O declínio significa enfraquecimento e perda. Desmotivadas pelas condições de vida desfavoráveis, as pessoas tendem a perder a energia e a coragem, desviando-se da prática correta. Elas pensam: “Puxa, tenho praticado tanto e minha condição nunca melhora!” ou “Quando tiver melhores condições financeiras participarei mais ativamente das atividades da organização”. A honra é um sentimento que leva o ser humano a procurar merecer e manter a consideração daquele ao seu redor. Porém, a distorção de seu significado pode levar as pessoas a se tornarem arrogantes e autoritárias. Pensar que já sabe o suficiente da prática budista devido aos anos de prática, colocando-se acima de recém- convertidos, é um exemplo desse tipo de conduta. A desgraça é uma condição em que a pessoa perde a credibilidade e o respeito por parte dos outros em decorrência de falhas ou atitudes praticadas pela própria pessoa ou, ainda, por intrigas e difamações de pessoas ao seu redor motivadas por inveja ou rancor. O elogio é o enaltecimento expresso por meio de palavras ou gestos. Contudo, essas manifestações podem se tornar prejudiciais quando as pessoas passam a depender disso, condicionando seu avanço ou sua ação ao reconhecimento dos outros. Quando, por exemplo, não recebem elogios por seus esforços em uma atividade, desanimam em sua prática budista, pensando. “Não vou mais me dedicar, pois as pessoas não reconhecem meu empenho”. A censura é o ato de repreender ou insultar. Há pessoas que, ao serem repreendidas ou orientadas com rigorosidade, acabam desanimando ou se irritando com as outras, afastando-se delas e até da prática budista. “Não gostei de ser repreendido. Não vou mais apoiar esta atividade”, ou “meus familiares que não praticam me criticam por participar das atividades. Não sei o que fazer”. O prazer, nesse contexto, refere-se a qualquer tipo de atividade prazerosa que desvie a pessoa da prática correta. Como, por exemplo: “Agora vai passar aquele programa que eu gosto na televisão. Depois eu faço o Gongyo”, ou “hoje tem reunião na comunidade, mas o pessoal me convidou para jogar bola. Será que vou?” O sofrimento diz respeito à dor física e espiritual que nos leva a desanimar na prática budista e a ter pensamentos como: “Devido a um grave problema de doença em minha família no momento, não tenho condições de praticar”, ou “meus sofrimentos são tão grandes que o budismo não irá solucioná-los”. Matéria retirada do link Estado de Buda.

domingo, 5 de agosto de 2012

Budismo de Nitiren

A pessoa que não pode viver significativamente hoje não o pode esperar levar uma vida brilhante amanhã . Não importando que grandes planos a pessoa possa fazer, se não valorizar cada momento, será o exatamente como muitos castelos no ar. Todas as causas no passado e todos os efeitos no futuro estão condensados dentro do momento presente da vida. Se melhoramos ou não o nosso estado de vida neste momento, determinar se podemos expiar as maldades que causamos desde o infinito passado e se seremos capazes de acumular a boa sorte que permanecer por toda a eternidade. (Daisaku Ikeda).