quinta-feira, 30 de julho de 2009

A Lei da Causalidade, uma Fonte de Esperança

Meloisa_75 A Lei da Causalidade, uma Fonte de Esperança
Com base na Lei de Causa e Efeito, podemos moldar nosso futuro aqui e agora.
Como as nossas ações afetam outros? Levamos em consideração o efeito que nossas ações terão, não apenas num
futuro próximo, mas também sobre nossos filhos e futuras gerações? Além disso, levamos em consideração como nossos
pensamentos, palavras e ações durante esta vida nos afetarão nas próximas vidas? Causa e efeito geralmente diz respeito
ao princípio de que ações no presente originam situações, circunstâncias e outros fenômenos em algum momento no
futuro.
As funções de causa e efeito são mais ou menos evidentes no mundo físico mas podem não ser tão óbvias na vida de um
ser humano.
Um texto budista define: “Se você quiser entender as causas que existiram no passado, observe como os resultados estão
manifestados no presente. E se você quiser entender quais resultados se manifestarão no futuro, observe as causas que
existem no presente ” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 279).
Isto demonstra a lei de causa e efeito que transpõe passado, presente e vidas futuras. O Budismo explica que as causas
são feitas através de pensamentos, palavras e ações. O acúmulo de tais causas é geralmente citado como carma, o qual
significa "ação". Resumindo, boas causas criam bons resultados, enquanto causas ruins acarretam em resultados ruins.
Conseqüentemente, as circunstâncias nas quais nos encontramos hoje são vistas como resultado de várias causas criadas
no passado. Ao invés de tornar-se obcecado em tentar descobrir porque uma situação específica ou circunstância
apresenta-se em sua vida, o budismo ensina a importância de focar o momento presente e fazer causas a partir deste
momento em direção a um futuro mais radiante e feliz.
Basicamente, ao invés de permanecermos conformados com as circunstâncias do nosso carma, podemos nos tornar
capazes de mudar nossas tendências e nosso futuro.
Em A Sabedoria do Sutra de Lótus, o presidente Ikeda, da SGI, explica que esta lei de causa e efeito é a base da crença e
da prática budista. Ele afirma: “Se o ponto da causalidade for simplesmente ignorado, então não
estaremos falando de budismo. É exatamente esta explicação de causa e efeito que diferencia um ensinamento como
budista, enquanto a ausência da causalidade denota um ensinamento não-budista” (vol. 5, pág. 162).
O propósito central da prática budista é transformar nossas tendências básicas da vida para desvendar nosso potencial
superior como seres humanos, nosso estado de Buda e para ajudar outros a conquistarem o mesmo. A partir deste ponto de
vista, a prática budista pode ser considerada a causa enquanto o efeito será atingir o estado de Buda.
Com base no Sutra de Lótus, Nitiren Daishonin revelou o princípio da simultaneidade de causa e efeito. A flor de lótus —
o rengue de Nam-myoho-rengue-kyo — difere de tantas outras flores no sentido que semeia novas flores ao mesmo tempo
em que floresce. Ao recitar Nam-myoho-rengue-kyo e praticar a filosofia de vida do Sutra de Lótus como ensinado por
Nitiren, criamos a causa para alcançar o estado de Buda e manifestar o efeito de simultaneamente  despertar o estado de
Buda dentro de nós mesmos.
Isto pode parecer diferente do que vivenciamos em nosso ambiente físico imediato ou do mundo perceptível onde parece
existir uma lacuna entre o início de uma ação e seu resultado. Entretanto, como o budismo de Nitiren ensina que todos os
fenômenos existem em um único momento de vida, causa e efeito são simultâneos. Ao contrário de outros ensinamentos
budistas onde atingir o estado de Buda só pode ser atingido vida após vida, Nitiren ensina que podemos atingir o estado de
Buda aqui e agora, neste momento, nesta vida.
Na carta “A Entidade da Lei Mística,” Nitiren escreve: “Quando o sábio estava observando o princípio e designando
nomes para todas as coisas, ele percebeu que existia esta maravilhosa Lei única [myoho] que simultaneamente abrangia
tanto causa quanto efeito [rengue], e que ele chamou de Myohorengue. Esta Lei única que é Myoho-rengue, abrange
dentro de si, todos os fenômenos, engloba os Dez Mundos e os três mil reinos, e se faz presente em cada um deles.
Qualquer um que pratique esta Lei obterá ambos, tanto a causa quanto o efeito do estado de Buda, simultaneamente”
(END-1, pág. 421.) Tradução não-oficial.
Quando recitamos Nam-myohorengue-kyo, podemos instantaneamente ativar nosso estado de Buda inato. Além disso, a
cada momento que nos esforçamos para desenvolver nossa fé na Lei Mística, estamos criando a causa que revela o estado
de vida de Buda. E quando nossos pensamentos, palavras e ações expressam este estado de vida iluminado, eles tornamse
causas que contribuem para nossa própria felicidade e a de outros, a partir deste momento e por toda a eternidade.
Preparado por Rika Hagiyama para o Departamento de Estudos da SGI-EUA.
A lei de causa e efeito é a base de crença e prática do budismo.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

As 9 Conciências Do Budismo.

images Os cinco primeiros tipos: são percepções sensoriais obtidas diretamente pelos cinco órgãos dos sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato.
Da sexta à nona consciência: estão as funções perceptivas da mente.
A sexta consciência: é o poder que integra os cincos sentidos e faz um julgamento de forma inclusiva. Por exemplo, diante de um objeto bonito, mas de péssimo odor, temos a tendência de rejeitá-lo imediatamente.
A sétima; denominada manas em sâncrito, representa o poder do pensamento. Em vez de criar um julgamento sobre o que foi percebido pelos cinco sentidos, nessa consciência procuramos encontrar uma certa ordem à luz das experiências vividas e das circunstâncias externas. Em outras palavras, é nessa consciência que existe a manifestação da razão, que é característica apenas dos seres humanos. Como resultado dessa consciência, manifestam-se os valores, conceitos e princípios que herdamos de outras pessoas, como nossos ancestrais, e o que aprendemos no dia-a-dia ou desenvolvemos pela busca de conhecimentos. Assim, por meio dessa consciência, manifesta-se a característica do ego, da discriminação, do auto-apego etc.
A oitava: consciência é chamada de alaya, em sâncrito, e corresponder ao que a psicologia moderna denomina deinconsciente. Na consciência alaya, que significa repositório em sânscrito, acumulam-se todas as experiências vividas na forma de ações, pensamentos e palavras, do passado ao presente, ou seja, o carma. Dessa forma, mesmo que uma pessoa não se lembre do que fez em um passado próximo ou distante, tudo fica registrado nessa consciência e, de acordo com a lei da causalidade, não pode escapar da manifestação dos efeitos de todas as causas acumuladas.
Por fim, a nona: consciência, denominada amala em sânscrito, significa imaculada. Ela encontra-se na parte mais profunda da vida humana, livre das impurezas que o indivíduo possa trazer como resultado de suas ações passadas e acumuladas na oitava consciência. Nitiren Daishonin elucida essa nona consciência como sendo o próprio estado de Buda, que se estende eternamente do infinito passado ao infinito futuro na vida de todas as pessoas. Texto tirado do Buda na Web.

Os Dez Fatores Da Vida.

Dez fatores da vidaO significado dos dez fatores pode ser resumido da seguinte forma: 1) aparência (nyo ze so): a manifestação externa da vida; 2) natureza (nyo ze sho): o aspecto mental ou espiritual da vida; 3) entidade (nyo ze tai): a totalidade da vida, que consiste de aparência e natureza; 4) poder (nyo ze riki): a energia inerente; 5) influência (nyo ze sa): a ação dirigida ao exterior; 6) causa interna (nyo ze in): a causa direta para algo ocorrer; 7) relação (nyo ze en): as causas ou condições que ativam a causa interna; 8) efeito latente (nyo ze ka): o resultado produzido (nas profundezas da vida) pela causa interna e a relação; 9) efeito manifesto (nyo ze ho): a manifestação concreta e perceptível do efeito latente; 10) consistência do início ao fim (nyo ze honmatsu kukyoto): a perfeita integração desses nove fatores em cada momento da vida.

Os dez fatores podem ser classificados da seguinte forma: os três fatores da aparência, da natureza e da entidade explicam a composição essencial de todos os fenômenos. Os seis fatores do poder, da influência, da causa interna, da relação, do efeito latente e do efeito manifesto analisam as funções e o modo como operam todos os fenômenos. E a consistência do início ao fim indica que os nove fatores, desde a aparência até o efeito manifesto, possuem uma relação coerente e consistente.
Neste trecho, cada fator é antecedido pelo termo nyo ze (literalmente, “é como”)...
Permitam-me explicar os dez fatores por meio de um exemplo. A sua própria existência é um “fenômeno”. Suas feições fisionômicas, postura e assim por diante constituem a “aparência” do “fenômeno” que é sua vida.
Além disso, o que existe em seu coração, embora invisível aos olhos, tais como traços de sua personalidade — tolerância, impaciência, gentileza e discrição — ou os vários aspectos de seu temperamento, constituem sua “natureza” (nyo ze sho). Sua totalidade física e espiritual, ou seja, sua “aparência” (nyo ze so) e sua “natureza” (nyo ze sho) juntas formam sua “entidade” (nyo ze tai), a pessoa que você é.
Da mesma forma, sua vida tem várias energias (“poder”), e elas produzem várias ações externas (“influência”). Além disso, sua própria vida passa a ser uma causa (“causa interna”) que, ativada por condições internas e externas (“relação”), gera mudanças em si mesma (“efeito latente”), e em seu devido momento esses efeitos latentes manifestam-se de forma concreta (“efeito manifesto”).
Esses nove fatores também ligam sua vida e seu ambiente sem nenhuma omissão nem inconsistência (“consistência do início ao fim”). Esse é o verdadeiro aspecto dos dez fatores de sua vida...
As pessoas em cada um dos dez mundos ou estados são dotadas com os dez fatores de acordo com seu estado de vida. Por exemplo, as pessoas no estado de Inferno têm a aparência obscura e depressiva de alguém oprimido pelo sofrimento. Como sua natureza é cheia de sofrimento e ódio, seu poder e influência tendem a também envolver na escuridão aqueles que estão ao seu redor...
Do mesmo modo, cada um dos dez mundos tem seus próprios fatores... e há consistência do início ao fim.
(Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo, págs. 119–121.)

Os Dez Estados De Vida.

cbia3 Os Dez Estados (Jikkai) indicam os dez estados que uma única entidade de vida manifesta com o passar do tempo. O fator principal na condição essencial dos Dez Estados é a sensação subjetiva experimentada pelo “eu” nas profundezas da vida.

1. Estado de Inferno (Jigoku): Na escritura “O Objeto de Devoção para a Observar a Mente Estabelecido no Quinto Período de Quinhentos Anos Após o Falecimento do Buda”, Nitiren Daishonin diz: “A raiva é o estado de Inferno.”(The Major Writings of Nichiren Daishonin [MW], vol. 1, pág. 52.) Essa é uma condição em que a pessoa, dominada pelo impulso da raiva, é levada a destruir e criar a ruína para si e para os outros. Resumindo, esse estado é representado pelo sofrimento e desespero extremos.

2. Estado de Fome (Gaki): Consta na mesma escritura: “A ganância é o estado de Fome.” Essa condição é dominada por desejos egoístas e ilimitados de riqueza, fama e prazer, os quais nunca são realmente satisfeitos.

3. Estado de Animalidade (Tikusho): Essa escritura diz ainda: “A insensatez é o estado de Animalidade.” Nesse estado, segue-se a força dos desejos e dos instintos, sem ter sabedoria para controlar a si próprio.

4. Estado de Ira (Shura): “A maldade é o estado de Ira.” Estando consciente de seu próprio “eu” mas sendo egoísta, a pessoa não consegue compreender as coisas como são exatamente e menospreza e viola a dignidade dos outros.

5. Estado de Tranqüilidade (Nin): Na escritura “O Objeto de Devoção para a Observar a Mente Estabelecido no Quinto Período de Quinhentos Anos Após o Falecimento do Buda” consta: “A serenidade é o estado de Tranqüilidade.” Esse é o estado em que se consegue controlar temporariamente os próprios desejos e impulsos fazendo uso da razão, levando uma vida pacífica em harmonia com o meio ambiente e com as outras pessoas.

6. Estado de Alegria (Ten): “A felicidade é o mundo da Alegria.” É uma condição de contentamento e alegria sentidos quando a pessoa se liberta do sofrimento ou satisfaz algum desejo.

7. Estado de Erudição (Shomon): Os seis estados, do Inferno à Alegria, são manifestados por meio de impulsos ou desejos, mas são totalmente controlados pelas restrições impostas pelo ambiente e são também extremamente vulneráveis às circunstâncias instáveis. Por outro lado, o estado de Erudição é uma condição experimentada quando se empenha para conquistar um estado de contentamento e de estabilidade duradouro por meio da auto-reforma e do desenvolvimento. De forma concreta, Shomon é o estado no qual a pessoa dedica-se a criar uma vida melhor pelo aprendizado das idéias, conhecimento e experiências dos predecessores e contemporâneos.

8. Estado de Absorção (Engaku): Esta condição é semelhante ao estado de Erudição, uma vez que ambos indicam o empenho para a auto-reforma4. No entanto, o que distingue o estado de Aborção do estado de Erudição é que em vez de tentar aprender das realizações dos predecessores, tenta-se aprender o caminho para a auto-reforma por meio da observação direta dos fenômenos.

9. Estado de Bodhisattva (Bosatsu): Estado de compaixão em que um indivíduo devota-se à felicidade dos outros mesmo que tenha de fazer sacrifícios. As pessoas dos estados de Erudição e Absorção tendem a carecer de compaixão, chegando a extremos na busca de sua própria perfeição. Em contraste, um bodhisattva descobre que o caminho para a auto-perfeição encontra-se unicamente no ato de compaixão — de salvar as outras pessoas do sofrimento.

10. Estado de Buda (Butsu): Essa condição é alcançada quando se obtém a sabedoria para compreender a realidade máxima da própria vida, a infinita compaixão para direcionar constantemente as atividades para objetivos benevolentes, o eu eterno perfeito e a total pureza da vida que nada pode corromper. O estado de Buda é o estado ideal que pode ser atingido por meio da prática budista. Já que nenhum estado de vida é estático, não se pode considerar o estado de Buda como um objetivo final; ao contrário, essa é uma condição experimentada nas profundezas do próprio ser ao se empenhar continuamente com benevolência na vida diária. Em outras palavras, o estado de Buda aparece na vida diária como as ações de um bodhisattva — boas ações ou atos benevolentes.

Texo retirado do Estado de Buda

Budismo: A Alegria da vida.

h0150b4 O Budismo chegou ao Brasil com os primeiros japoneses. Existem várias ramificações dessa religião, e cada um trouxe a sua. Mas em Santos espalhou-se o Nitiren Shoshu, ou Budismo de Nitiren Daishonin (Buda), que hoje conta com cerca de mil famílias adeptas, das quais 90 por cento são brasileiras.

O adepto do Nitiren Shoshu aprende a viver a vida com alegria e ultrapassar qualquer problema, baseando-se na Lei de Causa e Efeito (Nam Miocho Rengue Kyo). A recitação dessa lei faz com que as pessoas se tornem felizes, sanando seus problemas espirituais e até curando doenças, desarmonia doméstica ou dificuldades financeiras.

Cada família tem o seu altar, onde está consagrado o objeto de adoração - o gohozon (um pergaminho com o Nam Miocho Rengue Kyo). Ali são feitas as cinco orações da manhã e as três orações da noite, que levam de 25 a 30 minutos, todos os dias, e também é praticado o dedaimoku (recitação do Nam Miocho Rengue Kyo), na posição correta.

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segunda-feira, 20 de julho de 2009

O que é o Juzu...

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1 - 100 - Revela o itinen sanzen. 100 = Dez Estados de Vida x Possessão Mútua dos Dez . Estados de Vida.
2 - 1.000 - Revela o itinen sanzen. 1.000 = Dez Estados de Vida x Possessão Mútua dos Dez . . Estados de Vida x Dez Fatores.
3 - CONTA-PAI - Tesouro do Buda - Nitiren Daishonin - Sabedoria subjetiva - Lei
4, 5, 6, 12 - QUATRO CONTAS MENORES - Tesouro do Sacerdote - Quatro Bodhisattvas - . . . Quatro virtudes de eternidade, felicidade, verdadeira identidade e pureza - Quatro . . . . elementos: terra, água, fogo e vento
7 - CONTA-MÃE - Tesouro da Lei - Myoho-rengue-kyo - Realidade objetiva - Mística
8 - Pingente.
9 - 10 - Revela o itinen sanzen (Dez Estados de Vida).
11 - Repositório dos benefícios.
13 - O cruzamento do juzu significa transformar os Três Caminhos (desejos mundanos, carma . . e sofrimento) em Três Virtudes (Propriedade da Lei, sabedoria e emancipação ou liberdade).
10, 14 - O comprimento do cordão entre o repositório e o pingente revela o desejo do praticante pelos benefícios.
Os benefícios que transbordam do repositório passam pelo cordão e enchem o pingente. Isso significa que os benefícios ficam retidos, ou seja, ficam acumulados. Quanto ao ato de esfregar o juzu, não há significado. Algumas pessoas fazem isso por ansiedade, para manter a concentração ou apenas por hábito. Em relação à posição para colocar o juzu nas mãos é apenas uma convenção, ou seja, colocamos o juzu com o cordão com três pingentes na mão direita e com os dois pingentes na mão esquerda por formalidade. O importante é realizar a prática de forma correta e prazerosa, utilizando seus acessórios sem mistificá-los.

domingo, 19 de julho de 2009

sábado, 18 de julho de 2009

Um Navio Para Atravessar o Mar do Sofrimento

 

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“Nos últimos dias da Lei, o devoto do Sutra de Lótus surgirá infalivelmente. Quanto maiores sofrimentos  lhe sobrevêm, maior a alegria que ele sente, devido à sua forte fé. O fogo não queima mais vivamente quando se adiciona lenha? Todos os rios fluem para o mar. Entretanto, a sua abundância faz com que os rios retrocedam? As correntezas do sofrimento desaguam no mar do Sutra de Lótus e precipitam-se contra o seu devoto. O rio não é rejeitado pelo oceano, nem o devoto recusa o sofrimento. Se não houvesse os rios fluentes não haveria mar. Do mesmo modo, sem adversidades não haveria devoto do Sutra de Lótus.

Uma passagem do Sutra de Lótus diz: ‘…como se a pessoa tivesse encontrado um navio para fazer a travessia’. Esse ‘navio’ poderia ser descrito da seguinte forma: O Lorde Buda, um construtor de navios de sabedoria infinitamente profunda, coletou a madeira dos quatro sabores e oito ensinos, projetou-o descartando honestamente os ensinos provisórios, cortou e mostrou os bordos, usando tanto o certo como o errado, e completou a embarcação usando os pregos do ensino único, supremo. Deste modo, ele lançou o navio ao mar do sofrimento. Largando as velas das três mil condições sobre o mastro da doutrina do Caminho Médio, impelido pelo favorável vento de ‘todos os fenômenos revelam a verdadeira entidade’, a embarcação navega à frente, transportando todos os praticantes que conseguem penetrar no Estado de Buda através da sua pura fé. O Buda Shakyamuni e o timoneiro, o Buda Muitos Tesouros, maneja as velas, e os quatro Bodhisattvas liderados por Jogyo (Práticas Superiores) movem harmoniosamente os remos rangentes. Esse é o navio de ‘um navio para fazer a travessia’, a embarcação do Myoho-Rengue-Kyo. Aqueles a bordo dele são os discípulos e seguidores de Nitiren.”

Nitiren Daishonin em Um Navio Para Atravessar o Mar do Sofrimento, em 1280.

As Escrituras de Nitiren Daishonin, Vol. III.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Kossen-rufu

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Kossen significa “declarar amplamente”, ou seja, ensinar a filosofia budista às pessoas, ru (fluxo), de rufu, corresponde a “uma corrente como a de um grande rio” e fu (tecido) significa “espalhar-se como um rolo de tecido”.

No passado, muitas religiões eram praticadas somente por uma determinada casta ou tribo. Em contraste, uma verdadeira religião transcende as diferenças de raça ou etnia por visar à verdade universal do ser humano. Uma religião como essa tem condições de ser amplamente aceita e proporcionar felicidade à humanidade. Esse é o caso do Budismo de Nitiren Daishonin.

Segundo o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, o Kossen-rufu flui livremente para toda a humanidade como um rolo de tecido, composto por linhas verticais e horizontais, que vai sendo desenrolado e se espalha cobrindo tudo. As linhas verticais representam a transmissão do ensino de mestre para discípulo, de pai para filho, de veterano para novato. As linhas horizontais, a transmissão imparcial desse ensino, transcendendo as fronteiras nacionais, as classes sociais e todas as demais distinções. Portanto, Kossen-rufu é um movimento para transmitir o caminho supremo que conduz à felicidade e o mais elevado princípio de paz fundamentado no ensino de Nitiren Daishonin.

No Sutra de Lótus consta a predição de que após o declínio do Budismo de Sakyamuni, a Grande Lei seria revelada e propagada pelo mundo inteiro. Ao ouvir essa declaração, os discípulos de Sakyamuni e os bodhisattvas de outros mundos solicitaram a ele que lhes confiasse a missão de propagar a Lei no futuro. Porém, Sakyamuni recusou o pedido dizendo que eles não estavam qualificados a propagá-la, pois não conseguiriam resistir às extremas adversidades que estavam por vir. Foi nesse exato momento que uma multidão incalculável de bodhisattvas emergiu da terra. Eram os bodhisattvas a quem Sakyamuni havia confiado a missão de propagar a Lei.

Em exata conformidade com a profecia do Sutra de Lótus, quando os ensinos de Sakyamuni e sua prática haviam se tornado ineficazes ou perdido o poder de salvar as pessoas, Nitiren Daishonin estabeleceu o Verdadeiro Budismo, identificando o Nam-myoho-rengue-kyo como a Lei a ser declarada e propagada amplamente nos Últimos Dias da Lei. Ele incorporou sua vida iluminada na forma de um objeto de devoção, o Dai-Gohonzon. “Este Dai-Gohonzon”, ele proclamou, “foi concedido a todas as pessoas, visando à paz e felicidade de toda a humanidade.” Daishonin já havia inscrito outros Gohonzon que foram concedidos individualmente a seus seguidores, mas somente o Dai-Gohonzon foi especificamente inscrito, no dia 12 de outubro de 1279, como o objeto de devoção para as pessoas do mundo inteiro.

Nitiren Daishonin inscreveu o Dai-Gohonzon com a convicção de que todas as pessoas abraçariam a fé nele. Isso é chamado de “Kossen-rufu da entidade da Lei” (Keko no Kossen-rufu ou Hottai no Kossen-rufu). Quando a maioria das pessoas no mundo inteiro recitar o Nam-myoho-rengue-kyo, o Kossen-rufu será efetivado. Esse tempo é chamado de “Kossen-rufu da substanciação” (Kossen-rufu de Kegui) ou da ampla aceitação da fé. O próprio Nitiren Daishonin já havia realizado o Kossen-rufu da entidade da Lei ao inscrever o Dai-Gohonzon. Dessa forma, o Kossen-rufu da substanciação, ou seja, a propagação dos ensinos do Buda, é a missão de seus discípulos.

O termo Kossen-rufu consta no 23º capítulo do Sutra de Lótus, Yakuo Bosatsu Honji (Os Feitos Anteriores do Bodhisattva Rei dos Remédios), que declara: “Nos quinhentos anos após minha morte, realizem o Kossen-rufu mundial e jamais permitam que seu fluxo cesse.”

Esse feito corresponde ao cumprimento do juramento dos Bodhisattvas da Terra, conforme afirma a frase: “A princípio somente Nitiren recitou o Nam-myoho-rengue-kyo, mas então duas, três e cem o seguiram, recitando e ensinando outras pessoas. Isso acontecerá também no futuro. Não é isso ‘emergir da terra’? Sem dúvida, no tempo do Kossen-rufu a nação japonesa inteira recitará o Nam-myoho-rengue-kyo. Isso é tão certo quanto uma flecha mirar a terra e nunca errar o alvo.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 367.)

O termo Kossen-rufu é comumente traduzido por paz mundial, porém seu significado, como já visto, vai muito mais além, pois a paz não é simplesmente ausência de guerra. Para que a paz na sociedade e no mundo torne-se realidade é preciso que as pessoas vençam o preconceito, a ganância e o desejo de querer dominar tudo e a todos que as rodeiam. A única forma de conseguir isso é por meio da auto-reforma, ou da revolução humana, fundamentada na prática budista. E é exatamente essa idéia que o presidente Ikeda transmite no prefácio da Revolução Humana, romance de sua autoria: “A revolução humana de uma única pessoa irá um dia impulsionar a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade.”

sábado, 11 de julho de 2009

O que significam os oferecimentos e outras formalidades no Budismo

O Budismo de Nitiren Daishonin

Essencialmente, o budismo é o ensino que nos capacita a manifestar nosso inato estado de Buda. E o objetivo da prática budista é estabelecer o estado de Buda como nossa condição de vida básica. O princípio que torna esta realidade possível, é conhecido como Lei. Enquanto, as formalidades budistas são meios para que possamos alcançar tal realidade e possamos expressar nossa gratidão por ter descoberto a forma de alcançá-lo.
Embora a Lei não seja uma criação humana, as formalidades são. Assim, podemos dizer que a Lei foi descoberta, enquanto as formalidades foram criadas no decorrer da história do budismo. Por esta razão, podemos seguir como diretrizes o tema formalidades no Budismo com as seguintes passagens do gosho de Nitiren Daishonin, "O mais importante é o coração" e "A fé é o que realmente importa".
Em toda a história budista, as mentes e corações das pessoas são expressas através do comportamento em oferecer em prol do Buda e do budismo. Com este sentimento, devemos lembrar estes pontos-chaves quando realizamos oferecimentos ao Gohonzon.

Água
O ato de oferecer um copo de água fresca ao Gohonzon (supremo objeto de adoração do Verdadeiro Budismo) tem origem na valorização que a antiga sociedade indiana tinha em relação a água - pois devido ao clima quente, as qualidades da água em purificar e refrescar eram apreciadas. Como forma de expressar nossa sinceridade na fé, oferecemos ao Gohonzon um copo de água fresca todas as manhãs, e no decorrer dos anos, o costume de remover e jogar a água, geralmente antes do gongyo (recitação do Sutra) da noite, foi se estabelecendo.

Folhas Verdes
Uma folhagem chamada shikimi tem sido oferecida tradicionalmente ao Gohonzon no Japão. Sendo originária da Índia, foi trazido ao Japão por Chin Chien-chan (688-763), um bonzon da dinastia chinesa Tang e fundador da escola budista Ritsu. O shikimi tem sido valorizado como a mais perfumada árvore no Japão e tem sido utilizada para oferecimentos diante estátuas budistas. Diz a tradição que este costume teve origem devido ao seu formato, que lembra a flor de lótus azul. Historicamente, o shikimi simboliza a vibrante força vital e a pureza eterna. Entretanto, esta descrição não é encontrada em nenhum dos escritos de Nitiren Daishonin e a formalidade em oferecer ao Gohonzon o shikimi, somente foi estabelecida após muitos anos da morte de Nitiren.
Como o shikimi não é disponível no Ocidente, outros tipos de folhagens - incluindo as artificiais - tem sido utilizadas pelos membros da SGI. O oferecimento de folhagem tem sido feito com o espírito de seguir as palavras de Daishonin: "Caso se recite o nome do buda, o sutra ou meramente se ofereça flores ou incenso, todos os seus atos virtuosos irão implantar benefícios em sua vida. Como esta convicção, deve-se transformar sua fé, em prática". Além disso, consta no Sutra de Lótus: "Os reis Brahma..levaram as flores celestiais e jogaram-nas sobre o Buda". O Sutra de Lótus também narra sobre os monumentos erigidos com a perfumada madeira de sândalo e outras plantas em homenagem ao Buda, após o seu falecimento.
O presidente Ikeda escreveu: "Há um conceito no Budismo conhecido como zuiho bini - que, enquanto não se desvia dos ensinos básicos do budismo de Daishonin, é adequado seguir as formalidades budistas de acordo com os costumes e maneiras de cada região e de acordo com a época.
Em qualquer caso, é importante manter a convicção que nossos sinceros oferecimentos ao Gohonzon constituem em atos virtuosos que irão implantar benefícios e boa fortuna em nossas vidas. O presidente Ikeda acrescenta: "No caso aonde o shikimi não é disponível, poderá ser feito o oferecimento de outras folhagens. Mesmo folhas artificiais podem ser oferecidas, pois o que importa é a sinceridade". Embora muitas escolas budistas ofereçam flores, a tradição da SGI, adotada pela tradição provinda da Nitiren Shoshu, não as utiliza. Este ato surgiu pelo simbolismo das folhagens verdes, que sugerem permanência e vitalidade - o eterno aspecto da vida que buscamos desenvolver através da prática budista. De outro lado, as flores, com o seu rápido murchar, simboliza a transitoriedade da vida. Nos escritos de Nitiren, não existe nenhuma rejeição ao oferecimento de flores, o que podemos assumir como um costume estabelecido posteriormente. Assim, não existe nenhuma razão doutrinária que proiba o oferecimento de flores.

Velas
As escrituras budistas relacionam o oferecimento de luz, como a sabedoria que dispersa a escuridão provinda da ignorância. Assim, as velas são um oferecimento de luz. Entretanto, na época de Nitiren Daishonin, as velas ainda não existiam no Japão e a principal fonte de luz, eram as lamparinas à óleo. De fato, há passagens nas escrituras de Nitiren que comprovam esta teoria: "uma lamparina brilha quando óleo é adicionado".
O significado de oferecimentos de luz é ilustrado por atos como o da mulher pobre que vendeu os seus próprios cabelos para vendê-los e comprar óleo (para o Buda) sendo que as chamas produzidas pelo seu oferecimento não foram apagadas, mesmo pelos ventos vindos do Monte Sumeru.
Tradicionalmente, velas brancas têm sido utilizadas, mas não há nenhuma doutrina que proíba o uso de outras cores. Esta é uma escolha pessoal. Embora, em locais aonde são realizadas reuniões, é aconselhável o uso do bom senso, para que seja utilizado um cor de preferência da maioria. Geralmente, velas muito coloridas podem distrair as pessoas deixando que elas consigam concentrar no Gohonzon.
Além disso, em locais aonde haja perigo de incêndio, é desaconselhável o uso de velas. Atualmente, muitos membros utilizam velas elétricas. Em suma, o que importa é o nosso sentimento em iluminar em honrar a área diante do Gohonzon.

Incenso
O incenso representa um oferecimento de fragrância. Como fragrância, o incenso era utilizado em ambientes quentes e úmidos com o objetivo de dispersar o odor e proporcionar uma atmosfera agradável. Assim como todos os oferecimentos, o incenso é uma expressão de gratitude - não uma regra. Se uma pessoa é alérgica ou não aprecia o cheiro de incenso, não é necessário acendê-lo. Para aqueles que estão preocupados com os efeitos nocivos à saúde ao inalar fumaça em excesso, é aconselhável evitar acender velas e incensos em ambientes confinados ou com pouca ventilação.
Algumas escolas budistas acendem incensos de pé. Nossa tradição tem sido de queimá-los na horizontal. Esta também, não é uma questão doutrinária, embora algumas explicações tenham sido acrescentadas no decorrer dos séculos pelos clérigos.
Em ocasiões especiais e missas para falecidos, há o oferecimento de três pitadas de incenso em pó sobre uma brasa. Embora, em certas ocasiões, somente uma pitada é oferecida. Elas simbolizam as três formas na qual o carma é criado - pensamentos, palavras e ações.

Sino
O sino representa o oferecimento de som. Por esta razão, é melhor buscar um som agradável ao tocar o sino. Assim, é aconselhável evitar tocar o sino muito forte. Não existe nos escritos de Nitiren Daishonin, uma descrição sobre a maneira específica de tocar os sinos, embora este assunto tenha sido enfatizado pelo clérigo. O presidente Toda declarou: "Tocar o sino durante o gongyo é um ato de proporcionar o bem-estar ao Buda. Assim, o sino não deve ser tocado de forma leviana. Nós também usamos o sino como um sinal para os outros, quando recitamos com um grupo de pessoas."

Grou
O grou com as asas em forma de círculo foi adotados pela Nitiren Shoshu durante o período Edo (aproximadamente 300 anos atrás) como um símbolo desta escola a ser utilizado nos documentos oficiais do regime Tokugawa. Recentemente, dois acessórios em forma do grou são posicionados diante do Gohonzon, mas não simbolizam nenhum oferecimentos. Como uma expressão de rejeição ao clero da Nitiren Shoshu, alguns membros utilizam um acessório em forma de lótus com oito pétalas, que é o símbolo da Soka Gakkai. Em nenhum dos casos, há um significado doutrinário e são utilizados somente para decorar e dignificar o oratório. Não é essencial ser usado.

Alimentos e Bebidas
No Japão, um taça com arroz cozido é geralmente oferecida diante do Gohonzon durante a refeição e bolinhos de arroz (mochi) são oferecidos no dia do Ano Novo. Na carta de Ano Novo de Nitiren Daishonin há menção sobre o oferecimento de bolinhos de arroz, pois este tem sido o alimento básico de muitos países asiáticos, e por esta razão, é natural que tenha sido usado como um oferecimento budista.
Frutas também tem sido um oferecimento comum em muitos países, talvez porque não seja um alimento que pereça rapidamente. No dia do Ano Novo e outras datas significativas, é comum no Japão oferecer duas garrafas de sake (destilado feito à base de arroz). Como declarou o 28th Sumo Prelado, Nichiu, no seu "Sobre as formalidades": "Desde que a sinceridade é expressa através do ato de oferecer sake dentro da sociedade secular neste país, a sinceridade no Budismo também pode ser expressa através do oferecimento de sake".
Como mencionado acima, o oferecimento de alimentos e bebidas são significativos quando feitos com sinceridade. A escolha do alimento pode ser uma questão de preferência cultural e pessoal. Como temos visto, as formalidades budistas são derivadas das culturas indiana, chinesa e japonesa e desta maneira, irá envolver outras culturas locais no decorrer dos tempos.

Oratório
Com o objetivo de manter nossa concentração no Gohonzon, é adequado manter o ambiente ao redor do andar sempre limpo e não colocar inúmeros ítens desnecessários dentro do altar. Embora, seja compreensível que se deseje colocar algo íntimo - como a foto de algum familiar - perto do oratório, como forma de sempre nos lembrar desta pessoa em nossas orações.

Juzu (rosário budista)
O rosário budista é um acessório budista tradicional. Não é conhecido que tipo de rosário era utilizado por Nitiren Daishonin. Embora, um grande número de significados tenham sido posteriormente adicionados. Essencialmente, o rosário é somente um instrumento que nos auxilia em nossa prática budista.
A respeito do ato de esfregá-lo ou não em nossas orações, não há uma clara explicação sobre este ponto. Devido ao budismo de Nitiren Daishonin não ser restringido por rígidas formalidade, é incorreto dizer que não se deve esfregá-los, mas devemos ter em mente que o ato de esfregar continua e vigorosamente pode demonstrar um hábito gerado pelo nervosismo, que poderá atrapalhar a nossa concentração e daqueles que estão ao nosso redor. No último capítulo do Sutra de Lótus, consta a passagem: "Sente-se ereto e pondere sobre a realidade última". Assim, com o objetivo de alcançar a mais plena satisfação em nossas orações, é melhor sentar-se de forma calma e sem emoções excessivas enquanto oramos.
Desde que utilizamos o rosário como parte de nossa prática budista, é aconselhável tratá-lo com respeito. Caso ele se quebre, não há problema em jogá-los for a, o mesmo pode ser dito em relação aos sutras antigos que não iremos usar mais.

Outras formalidades
Existe um princípio budista chamado zuiho-bini , ou seja, ou a prática do budismo de acordo com a condição e cultura do local. Assim, o budismo de Nitiren Daishonin foi introduzido no Ocidente por praticantes que imigraram do Japão. Este ponto deve ser sempre lembrado. Entretanto, é importante reconhecer que este pioneiros trouxeram consigo algumas formalidades que eram natural dentro do contexto da cultura japonesa, mas não podem ser estritamente aplicados em outras culturas.
Por outro lado, não é possível simplesmente rejeitar as formalidades, mas sim, devemos observá-las como uma expressão de sinceridade. Pois, caso as rejeitarmos totalmente, poderemos enfraquecer nossa própria fé e prática e consequentemente, nosso crescimento. Em outro extremo, se insistirmos sob a égide de uma rígida formalidade não haverá espaço para ações espontâneas que irão desenvolver nossa prática.
Em qualquer caso, a essência do budismo reside sempre em desafiar a si mesmo e fazer emergir o nosso estado de Buda, não de adotarmos um ritual religioso cheio de cerimônias. Naturalmente, o elevado estado de vida que alcançamos através da prática budista pode ser refletido nos atos de sinceridade expressos no comportamento individual. Neste sentido, a qualidade de nossos oferecimentos e a prova real em nossas vidas são um claro espelho da condição de nossa fé.

Conclusão
O presidente Ikeda referiu-se sobre a relação dos ensinos budistas e as formalidades: "O ensino essencial no budismo de Nitiren Daishonin é recitar o Nam-myoho-rengue-kyo ao Gohonzon. Estudá-lo e propagá-lo são de significado ímpar no âmbito da prática da fé. Todas as outras questões pertencer ao campo da formalidade, na qual varia de acordo com a condição da época.
O budismo de Nitiren Daishonin é seu correto caminho de prática é uma filosofia convincente para qualquer pessoa nos dias de hoje. Desde, que Nitiren Daishonin será sempre o buda dos Últimos Dias da Lei, ele não iria propor um ensino que não fizesse senso para gerações futuras".
Por esta razão, as formalidades concernentes ao ato de oferecimento ao Gohonzon devem ser facilmente compreensíveis para aqueles que vivem no local onde o budismo está sendo propagado. (WT-16 de abril).

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Frases dos mestres...

Mestres 3  Para se ter boa saúde, para trazer a verdadeira felicidade a família, para trazer paz a todos, deve-se disciplinar e controlar a própria mente. Se um homem puder controlar a mente, poder encontrar o caminho da Iluminação, e toda sabedoria e virtude a ele virá o com naturalidade.


(Sakyamuni).

Sem temer os obstáculos e maldades que surgem de dentro ou de fora, devemos atacá-los e combatê-los, e esta conquista irá fortalecer a nossa fé. Com isso, poderemos ensinar e converter outras pessoas e receber benefícios maiores do que o necessário para erradicar os débitos do passado. Da mesma forma, como o veneno se transforma em remédio, podemos transformar a infelicidade em boa sorte como também evidenciar em nós mesmos a Lei que possibilita o acesso a suprema felicidade.
(Makiguti).

Introdução do budismo de Nitiren Daishonin

Três Obstáculos e Quatro Maldades

Sansho Shima
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Uma categorização de diferentes obstáculos que dificultam a prática do budismo. Eles estão relacionados no Sutra do Nirvana e no Daitido Ron.

Os três obstáculos (Sansho) são:

1 - Bonno-sho: Obstáculo dos desejos mundanos, ou obstáculos que provêm dos três venenos da avareza, ira e estupidez.

2 - Go-sho: Obstáculo do carma, ou obstáculo proveniente do mau carma criado por cometer qualquer um dos cinco pecados capitais ou dez maus atos. Esta categoria também é interpretada como oposição das esposas ou dos filhos.

3 - Ho-sho: Obstáculo da retribuição, ou obstáculo devido à dolorosa retribuição pela ação dos três maus caminhos. Esta categoria também indica os obstáculos causados por soberanos, pais ou outras pessoas que exercem algum tipo de autoridade.

As quatro maldades (Shima) são:

1 - On-ma: A maldade dos cinco componentes, isto é, os impedimentos causados pelas funções físicas e mentais.

2 - Bonno-ma: Impedimentos dos desejos mundanos que surgem dos três venenos.

3 - Shi-ma: Impedimentos causados pela morte. Devido ao medo e ao sofrimento que ela vincula, pode obstruir a prática do budismo.

4 - Tenshi-ma: Impedimento causado pelo Demônio do Sexto Céu. Esta maldade é comumente manifestada na forma de opressão por homens de poder.

Tient'ai diz no Maka Shikan: "À medida que a prática e a compreensão aumentam, os três obstáculos e as quatro maldades surgem, competindo uns com os outros para interferir... Se professar o Verdadeiro Budismo, os Sansho Shima surgirão em sucessão. Por esse motivo, jamais deverá ser influenciado nem amedrontado por eles. Se cair sob suas influências, será levado ao caminho do mal e se ficar amedrontado por eles, será impedido de praticar os ensinos do Verdadeiro Budismo." Em "Carta aos Irmãos", Nitiren Daishonin comenta as palavras de Tient'ai:

"Esta interpretação do sutra é aplicável não somente a Nitiren, mas também é o espelho do crente. Respeitosamente, transmita-a às gerações futuras como uma importante lição."

Em outro trecho desta escritura consta: "Se a propagar, maldades surgirão infalivelmente. Se não fossem elas, não haveria modo de saber que este é o ensino correto." (END, vol. I, pág. 239.)

Na Nova Revolução Humana consta: "As maldades absorvem a energia vital e tentam desanimar as pessoas que desejam luta. Às vezes, podem surgir na forma de inveja das companheiras, como no seu caso. Outras vezes, como palavras impensadas de um dirigente veterano ou então atacar um líder da organização na forma de doença. Se ficarmos temerosos em firmar nossa determinação, as maldades tendem a se fortalecer cada vez mais.

"Não há como destruir as maldades senão com o Daimoku embasado em uma inabalável determinação e fervorosa prática da fé." (Capítulo "O Bailar da Coragem", parte 7.)

Cinco Diretrizes Eternas Da Soka Gakkai

diretrizes

Gohonzon

Butsodan Supremo Objeto de Devoção do Budismo é o Gohonzon, um pergaminho escrito por Nitiren Daishonin, O Buda de nossos dias, e deixado para toda a humanidade, neste pergaminho estão descritos todos os aspectos da vida do Buda e como ele atingiu a iluminação. Os praticantes oram concentrados no Gohonzon, ele é como se fosse um espelho de nossa própria vida, uma vez que todas as coisas vivas possuem o Estado de Buda. Oramos para polir este espelho, perceber que nós somos Budas e possuímos latente em nós, toda a sabedoria do universo. Quando se ora ao Gohonzon não se busca um poder fora de si, mas sim manifestar todo o poder e sabedoria inerente a sua própria vida. O Supremo Objeto de Devoção Obtendo a sabedoria de Buda

sábado, 4 de julho de 2009

Dicionário do Budismo



Bodhisattvas da Terra: Aqueles que recitam e propagam o Nam-myoho-rengue-kyo. ‘bodhisattva’ significa aquele que devota sua vida a ajudar outras pessoas.
Buda: Literalmente, ‘O Iluminado’, significa aquele que percebe a verdadeira natureza da vida e que conduz outras pessoas para o mesmo caminho. O estado de Buda é uma condição inerente em todos os seres humanos e é caracterizada pelas virtudes de sabedoria, coragem, compaixão e força-vital.
Butsudan: o oratório budista onde o Gohonzon é consagrado.
Carma: O acúmulo de causas que um indivíduo produz através do ato de pensar, falar e agir - e que transpõe o limiar de uma existência, gerando efeitos que influenciam o seu futuro.
Daimoku: Literalmente ‘Título’. Refere-se a recitação contínua do Nam-myoho-rengue-kyo
Gohonzon: A incorporação da Lei do Nam-myoho-rengue-kyo em forma de mandala. Honzon significa ‘objeto de extremo respeito’; go significa ‘digno de respeito’. Geralmente o Gohonzon toma a forma de um pergaminho de papel com inscrições feitas com tinta de sumi preta, em chinês e sânscrito. Juntos, estes caracteres representam a condição de vida mais elevada: o estado de buda. No centro do Gohonzon está inscrito os caracteres: ‘Nam-myoho-rengue-kyo, Nitiren’.
Nitiren Daishonin ensinou que aquele que abraça a fé e recita o Nam-myoho-rengue-kyo ao Gohonzon, ao mesmo tempo que ensina outros a fazerem o mesmo, irá definitivamente atingir o mesmo estado de Buda que ele alcançou. Todos os pergaminhos transcritos tem com base o Dai-Gohonzon, na qual Nitiren Daishonin inscreveu em 12 de outubro de 1279 e na qual está consagrado aos pés do Monte Fuji, no Japão.
Gongyo: Literalmente, ‘Prática Assídua’. De acordo com os ensinos de Nitiren Daishonin, o gongyo significa recitar o Segundo capítulo (Hoben) e o Décimo-Sexto capítulo (Juryo) do Sutra de Lótus e recitar o Nam-myoho-rengue-kyo diante do Gohonzon. A cerimônia do gongyo é realizada todas as manhãs e noites e a uma prática fundamental do budismo de Nitiren Daishonin.
Gosho: A compilação de todas as cartas do Buda Nitiren Daishonin escrita para os seus discípulos da época.
Itinen Sanzen: Literalmente ‘Um único momento possui os três mil mundos’. Um sistema filosófico exposto pelo Buda Tientai, na China, explanando a relação entre a realidade última e a vida diária.
Kossen-rufu: Literalmente, ‘O budismo amplamente propagado e divulgado’. Assegurar a felicidade e uma paz duradoura para toda a humanidade, através da propagação dos ensinos do budismo de Nitiren Daishonin.
Nam-myoho-rengue-kyo: É a Lei ou a verdade fundamental da vida que permeia todos os fenômenos do Universo. Namu ou Nam deriva do sânscrito namas e significa ‘devotar’. É o ato de dedicar a própria vida ou relacionar-se com a verdade eterna da vida (myoho-rengue-kyo).
Também significa acumular a ilimitada energia com a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo e tomar atitudes positivas aliviando os sofrimentos dos outros. Myoho, literalmente significa ‘Lei Mística’. É o poder da revitalização, a manifestação do mais elevado estado de vida – o estado de Buda – inerente ao ser humano. Rengue é a lei da causa e efeito. É simbolizada pela flor de lótus (rengue, em japonês), por produzir a semente (causa) e a flor (efeito) simultaneamente.
Segundo essa lei, causas passadas formam o efeito da condição presente. Ao mesmo tempo, o momento presente é a causa do futuro. Ou seja, a vida é a continuação dos momentos combinados pela corrente de causa e efeito. Pelo fato de a flor de lótus crescer e florescer num lago pantanoso, simboliza o estdo de Buda emergindo do interior da vida de um mortal comum. Kyo indica os sutras e ensinamentos do Buda.
Num sentido mais amplo, inclui as atividades de toda a existência da vida e de todos os fenômenos do Universo. O caractere Kyo significa também a transformação do destino, simbolizando a continuidade da vida através do presente, passado e futuro.
Nitiren Daishonin – Nasceu em 16 de fevereiro de 1222 como filho de pescadores, na província de Awa (atual Chiba), no Japão. Em 1233 entrou para o sacerdócio no templo Seitioji, ordenando-se me 1237. Por vários anos ele percorre os principais templos da época para aprofundar seus conhecimentos sobre o budismo até chegar à conclusão de que o Sutra de Lótus era o supremo ensino de Sakyamuni. Em 28 de abril de 1253, ele recitou pela primeira vez o Nam-myoho-rengue-kyo, estabelecendo seu ensino e adotando o nome de Nitiren. Niti, significa ‘Sol’ e ren, ‘Lótus’. Daishonin é um título honorífico de reverência. Dai significa ‘grande’e shonin é outro termo para ‘Buda’. No decorrer de sua vida, ele enfrentou severas perseguições do governo, que era influenciado pelas seitas dominantes da época.
Observando a maturidade de seus discípulos, que apesar de serem coagidos, mantiveram a fé, Daishonin compreendeu que a época para realizar o seu propósito neste mundo havia chegado e, em 12 de outubro de 1279, inscreveu o Dai-Gohonzon, o supremo objeto de adoração. Nitiren Daishonin faleceu em 13 de outubro de 1282, aos 60 anos, após transferir os seus ensinos a seu discípulo imediato, Nikko Shonin.
Revolução Humana: Uma mudança profunda e positiva na vida do indivíduo que consequentemente gera efeitos no seu ambiente social.
Sakyamuni: Também conhecido como Siddharta Gautama, é o primeiro buda do qual se tem registro na história. Nasceu na Índia, num pequeno reino chamado Sakya como filho do rei Shuddodana e da rainha Maya, provavelmente entre os séculos IV e V A.C. Dotado de extrema inteligência e sensibilidade, o jovem Siddharta começou a questionar sobre as causas dos quatro sofrimentos fundamentais do ser humano: nascimento, velhice, doença e morte. Isso o levou a abdicar à vida secular para buscar as respostas para as dúvidas que o afligiam.
Sua busca durou anos até que, após uma profunda meditação, atingiu o seu intento e percebeu que o Universo e os seres humanos passam a cada instante pelo ciclo de nascimento, velhice, doença e morte, para depois renascerem. E que nem mesmo a natureza escapa a isso. Ele alcançou o domínio sobre a natureza mística da vida, tornando-se convicto de que poderia desenvolver sua condição de vida ilimitadamente. Após a iluminação para a verdade da vida, passou a ser chamado de Sakyamuni, o Sábio dos Sakya. Sakya de Sakyamuni é o nome herdado de seu clã e muni designa ‘aquele que despertou’.
Sakyamuni expôs seus ensinos por meio de parábolas, as quais foram compiladas e incluídas em tratados, conhecidos como sutras, um deles foi denominado posteriormente de Sutra de Lótus. Como a época não era propícia e as pessoas não estavam preparadas para compreender o profundo significado para o qual ele havia despertado, Sakyamuni não o elucidou. Isso somente ocorreu com o advento do Buda Original Nitiren Daishonin.
Soka Gakkai: Literalmente, ‘Sociedade de Criação de Valores’, o nome da organização leiga que propaga os ensinos de Nitiren Daishonin. A Soka Gakkai Internacional (SGI) é uma associação mundial com membros residentes em 148 países e territórios. O objetivo primordial da SGI é a promoção dos ideais budistas através de atividades voltadas em prol da paz, cultura e educação.
Sutra de Lótus: O ensino mais elevado do Buda Sakyamuni, na qual ele afirma ter alcançado a iluminação em um remoto passado e de que seus ensinos anteriores devem ser descartados pois eram meramente preparatórios.

Algumas das Escrituras de Nitiren Daishonin


Embora a água lamacenta não possua mente, consegue captar o reflexo da lua e, assim, naturalmente torna-se clara. Quando as plantas e árvores recebem chuva, não têm consciência do que estão fazendo, e, no entanto, elas não continuam florescendo? Os cinco caracteres do Myoho-rengue-kyo não representam o texto do sutra nem são o seu significado. Eles não são nada senão o intento do sutra inteiro. Desta forma, mesmo que o iniciante na prática religiosa possa não entender o significado deles ao praticar, praticando esses cinco caracteres, corresponderá naturalmente ao propósito do sutra. Nitiren Daishonin.Os Quatro Estágios da Fé e os Cinco Estágios da Prática - 11 de abril de 1277

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Buda e seus seguidores


Filosofia Do Budismo


Origem:
A essência da filosofia da SGI baseia-se no conceito de "revolução humana", em que, por meio da reforma interior, o indivíduo torna-se capaz de desenvolver a sabedoria para compreender a relação que possui com o meio em que vive. A partir desta compreensão, ele gera condições para a transformação de seu destino, além de contribuir para a criação de um mundo mais pacífico. Este enfoque filosófico origina-se nos históricos ensinos do Buda Sakyamuni, o fundador do budismo. Buda SakyamuniSakyamuni viveu na Índia há aproximadamente dois mil e quinhentos anos. Em sua juventude, conhecido como Siddhartha Gautama, dedicou-se a encontrar uma solução para o sofrimento fundamental da existência humana. Durante cinqüenta anos, ensinou aos seus discípulos como atingir o "estado de Buda", uma condição de vida caracterizada por uma total liberdade interior, sabedoria ilimitada, compaixão e benevolência infinitas. Este ensino está contido no Sutra de Lótus. Sakyamuni afirma que a vida cotidiana nos oferece a oportunidade para realizarmos uma reforma interior e assim manifestar esse imenso potencial inerente a ela. Revela também que todo indivíduo, sem nenhuma distinção de classe social, econômica ou nível educacional, pode manifestar o "estado de Buda".
Fragmento do Sutra de Lótus:
Expansão do budismo. Com o passar dos anos, esses ensinos foram propagados por toda a Índia e pelo continente asiático, chegando ao Japão no século VI. Neste país durante alguns anos os ensinos eram inacessíveis às pessoas comuns devido ao regime da época. Com o declínio da aristocracia, novas formas mais populares de budismo começaram a surgir. Uma delas foi o budismo fundado por Nitiren Daishonin, que viveu no Japão de 1222 a 1282. Este budismo reconhece e enfatiza a supremacia do Sutra de Lótus sobre os outros ensinos budistas.
Buda Nitiren Daishonin:
Filho de pescador, Nitiren Daishonin ingressou no sacerdócio. Depois de um período de intensos estudos, chegou à conclusão de que todas as pessoas podem manifestar seu máximo potencial por meio de seus próprios esforços. De acordo com seus ensinos, todo o Universo é regido por um único princípio ou lei. Ao entender essa lei, o indivíduo pode descobrir esse potencial oculto em sua própria vida e obter uma harmonia criativa com o meio ambiente
.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

"O significado de Nam-Myoho-Rengue-Kyo



*O significado de Nam-Myoho-Rengue-Kyo
NAM
Nam, abreviatura de Namu, que deriva do sânscrito NAMAS, significa "devotar" ou a relação perfeita da vida da pessoa com a verdade eterna. Ou seja, dedicar a própria vida ou relacionar-se com a verdade eterna da vida. Também significa acumular infinita energia através desta fonte e tomar atitudes positivas aliviando o sofrimento dos outros.
MYOHO
Myoho literalmente significa Lei Mística.
Myo significa "místico", mas elimina qualquer sombra de milagre. É assim chamado porque o mistério da vida é de inimaginável profundidade por tanto está além da compreensão do homem.
Ho significa "lei". A intrínseca natureza da vida é tão mística e profunda, que transcende o âmbito de conhecimento humano. Por exemplo: o ser humano nasce como um bebê, cresce e torna-se um jovem, depois um idoso e por fim morre. Isso é obviamente, uma inquebrável lei regulando cada espécie de vida. Ninguém jamais pode nascer adulto ou escapar desse ciclo, por mais que deseje.
RENGUE
Rengue é a lei de causa e efeito. O budismo esclarece essa lei em todos os fenômenos do universo, e é simbolizada pela Flor de Lótus (Ren, flôr e Gue lótus, em japonês), pois produz a semente (Causa) e a flor (Efeito) simultaneamente. Uma quantidade enorme de todas as causas passadas formam o efeito da condição presente. Ao mesmo tempo, o momento presente é a causa do futuro. Assim, a vida é a continuação dos momentos combinados pela corrente de causa e efeito.
KYO
Finalmente kyo significa a função e influência da vida, como também a transformação do destino, simbolizando a continuidade da vida através do passado presente e futuro. É o ensinamento do Buda, que é eterno
Myoho-rengue-kyo é o título do Sutra de Lótus, como foi traduzido para o chinês, que Nitiren Daishonin nos aponta como o Sutra que contém o caminho para a iluminação. Colocando Nam antes do título do Sutra de Lótus ele cunhou o mantra que recitamos diariamente, o Nam-Myoho-Rengue-Kyo, que numa tradução livre seria o algo como: Devotar-se ao Sutra de Lótus, ou Devotar-se à Lei Mística da Causa e Efeito exposta pelo Buda no Sutra de Lótus.
Claro que isso é apenas uma tradução extremamente simplista dos caracteres que compõe o Nam-Myoho-Rengue-Kyo, e não expõe toda a profundidade da Lei Mística, que é a expressão da verdade última da vida.
O Nam-Myoho-Rengue-Kyo cobre todas as leis, toda a matéria e todas as formas de vida existentes no Universo. em outras palavras, é a vida do Buda que alcançou a suprema Iluminação. Se expandirmos ao espaço ilimitado, é idêntica à vida do Universo, e se condensarmos ao espaço limitado, é igual a vida individual dos seres humanos.
A natureza de Buda está exatamente dentro de cada um de nós. É o Nam-Myoho-Rengue-Kyo. Quando entoamos o Daimoku a natureza de Buda dormente dentro das nossas vidas é convocada. Invocado deste modo, o que desperta é o Buda. Quando um pássaro numa gaiola canta, os pássaros voando no céu vêm para baixo. Quando os outros pássaros se reúnem ao redor, o pássaro engaiolado tentará escapar. Do mesmo modo se recitarmos a Lei Mística, o Nam-Myoho-Rengue-Kyo em voz alta, a natureza de Buda se revela e se alegra e nos acompanha. Se praticarmos corretamente, não haverá beco sem saída na vida. Uma vez que nos baseamos na Lei Mística, podemos definitivamente transformar as nossas vidas para o melhor e ultrapassaremos qualquer impasse. Em qualquer situação, seguir essa lei absoluta com fé absoluta é, na verdade a base da nossa prática.
Nam-Myoho-Rengue-Kyo!