sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Bom amigo (Zentishiki) e mau amigo (Akutishiki)

consciencia Os termos Zentishiki e Akutishiki indicam dois tipos de pessoas que exercem influência positiva ou negativa em
nossa prática budista, literalmente, significam, respectivamente, “conhecimento benéfico” e “conhecimento maléfico”.
Em outras palavras, o indivíduo que traz um “conhecimento benéfico”, conduzindo o outro à prática correta do
budismo, é considerado “bom amigo”, que lhe possibilita acumular boa sorte e o conduz à felicidade absoluta. Em
contrapartida, a pessoa que conduz a outra para um caminho negativo, desviando-a da prática, representa um “conhecimento
maléfico”, ou “mau amigo”. Este ilude os outros com falsas doutrinas e obstrui a prática budista. Normalmente,
aproxima-se das pessoas fingindo ser amigo com a intenção de desviá-las da prática budista e de fazêlas
seguir outro ensino. Devido a essa atitude, o Sutra do Nirvana ensina que a pessoa deve temer ser influenciada
por um “mau amigo”.
No escrito “Abertura dos Olhos”, Nitiren Daishonin descreve as conseqüências de seguir os “maus amigos”: “Dentre
aqueles que receberam as sementes da iluminação no remoto passado e os que as receberam dos filhos do
Buda Excelência da Grande Sabedoria Universal, muitos desistiram das sementes e, por terem seguido más companhias
(“maus amigos”), sofreram, respectivamente, no inferno durante longos períodos de kalpa tão inumeráveis
quanto as partículas de pó de sistemas de grandes mundos”. (Os Escritos de Nitiren Daishonin, vol. IV, págs. 200-
201.)
Em relação ao “bom amigo”, o capítulo “Os Feitos Anteriores do Rei Adorno Maravilhoso” do Sutra de Lótus descreve
os dois irmãos, Repositório Puro e Visão Pura, como bons amigos de seu pai, o Rei Adorno Maravilhoso, por
terem-no convertido ao budismo. Esse capítulo define um “bom amigo” como a causa e a circunstância positivas
por meio das quais a pessoa é direcionada e conduzida, capacitando-a a ver o Buda e a manifestar o desejo pela
suprema e perfeita iluminação. Um “bom amigo” é também interpretado como um “bom mestre”, pois essa pessoa
ensina aos outros o correto ensino.
Com certeza, estas citações dos escritos budistas milenares mencionando a existência do “bom amigo” e do “mau
amigo” são, na verdade, alertas para os praticantes do budismo da época atual quanto às influências positivas ou
negativas em nossa prática da fé. Em qualquer época, é importante que saibamos discernir corretamente as influências
que tentam interferir negativamente ou fortalecer nossa prática do Budismo de Nitiren Daishonin para, assim,
jamais sairmos do caminho da felicidade absoluta.

No escrito “Três Mestres Tripitaka Oram por Chuva”, Nitiren Daishonin afirma: “Quando se transplanta uma árvore,
mesmo que soprem ventos violentos, ela não tombará se tiver uma firme estaca para mantê-la em pé. Porém,
mesmo uma árvore que cresceu em um lugar adequado pode cair caso suas raízes sejam fracas. Uma pessoa fraca
não sucumbirá se aqueles que a apóiam forem fortes, mas uma pessoa de considerável força, quando só, poderá
tropeçar num terreno irregular. (...) Portanto, o melhor modo de atingir o estado de Buda é encontrar um zentishiki,
ou bom amigo. Até onde a sabedoria de uma pessoa pode levá-la? Se a pessoa possui sabedoria suficiente
pelo menos para distinguir o quente do frio, deve procurar um bom amigo”. (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol.
VI, pág. 167.)
A analogia apresentada por Nitiren Daishonin neste trecho do escrito aplica-se perfeitamente à vida de um praticante
budista. Mesmo uma pessoa fraca pode se tornar forte quando possui um bom amigo, um apoio que a estimule
a vencer. Como membros da BSGI, temos a grande boa sorte de estarmos cercados por pessoas que nos
encorajam e nos conduzem constantemente à prática nos momentos de dificuldade, tais como doença, acidentes
ou outros sofrimentos da vida. Pode ser difícil manter a prática por si só, especialmente ao enfrentar as dificuldades.
Por isso, uma boa influência que direcione a pessoa à recitação de Daimoku é fundamental. Nesse sentido,
devemos sempre valorizar os “bons amigos” que nos circundam e que nos incentivam a dar continuidade na prática
da fé.
Na seqüência do escrito citado anteriormente, Daishonin afirma: “Con-tudo, encontrar um bom amigo é algo muito
difícil. Assim, o Buda comparou esse feito à raridade de uma tartaruga de um olho só achar um tronco flutuante de
sândalo com uma cavidade com tamanho certo para comportá-la, ou à dificuldade de se tentar puxar uma linha do
Céu Brahma e passá-la pelo orifício de uma agulha na terra. Além do mais, nestes maléficos Últimos Dias, os
maus companheiros são mais numerosos do que as partículas de pó que compõem a terra, ao passo que a quantidade
de bons amigos é menor do que a de grãos de pó que se consegue amontoar sobre a unha de um dos dedos
da mão”. (Ibidem.)
Sob um outro ponto de vista, o “bom amigo” também pode ser aquele que nos persegue, conforme o Buda Sakyamuni
descreveu no capítulo “Devadatta” do Sutra de Lótus. Ele afirma que Devadatta, seu eterno inimigo, seria
como um “bom amigo” porque, em uma existência prévia, ele o instruiu sobre o Sutra de Lótus. Em seus escritos,
Daishonin também se refere aos inimigos como “bons amigos”, por conduzir as pessoas a fortalecer sua fé e a
persistir na prática budista.(Brasil Seikyo, edição nº 1861, 30/09/2006, página A7.)

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